sexta-feira, 24 de agosto de 2007

FACULDADE DE LETRAS DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA

CALENDÁRIO DO ANO ESCOLAR – 2007-2008

Início do ano lectivo

10 de Setembro de 2007

Início das aulas

10 de Setembro de 2007

Termo das aulas

7 de Junho de 2008

1º Semestre (13 semanas)

10 de Setembro de 2007 a 21 de Dezembro de 2007

2º Semestre (13 semanas)

18 de Fevereiro de 2008 a 7 de Junho de 2008

Férias:

Natal

22 de Dezembro de 2007 a 6 de Janeiro de 2008

Carnaval

5 de Fevereiro de 2008

Páscoa

15 a 24 de Março de 2008

Queima das Fitas

(data a anunciar pela AAC)

Avaliação:

Exames 1.º Semestre (Época normal)

7 a 26 de Janeiro de 2008

Época de Recurso

4 a 16 de Fevereiro de 2008

Exames 2.º Semestre (Época normal)

9 a 28 de Junho de 2008

Época de Recurso

7 a 19 de Julho de 2008

Época Especial (Dezembro)

1 a 13 de Setembro de 2008

Inscrições para Exames:

Época de Recurso (1º semestre)

28 de Janeiro a 2 de Fevereiro de 2008

Época de Recurso (2º semestre)

30 de Junho a 3 de Julho de 2008

Época Especial (Dezembro)

1 a 22 de Agosto de 2008

Observações:

a) As propostas de datas para frequências e exames da Época Normal e da Época de Recurso terão de ser apresentadas, pela Secretaria de Assuntos Académicos, até ao dia 19 de Outubro de 2007. O período de consulta para alterações encerra a 26 de Outubro de 2007. O mapa final deverá ser publicado até ao dia 9 de Novembro de 2007;

b) Para casos de relevância ou complexidade especial, serão favorecidas soluções flexíveis que, tendo o acordo das partes interessadas, não ofendam o espírito ou a letra dos regulamentos existentes ou a imagem de rigor da Faculdade;

c) A afixação das notas dos exames decorre até:

Época Normal do 1º semestre (e da 1ª frequência do CECD)

1 de Fevereiro de 2008

Época de Recurso do 1º Semestre

29 de Março de 2008

Época Normal do 2º semestre (e da 2ª frequência CECD)

3 de Julho de 2008

Época de Recurso do 2º Semestre

25 de Julho de 2008

Época Especial

26 de Setembro de 2008

Aprovado pelo Conselho Pedagógico, em reunião ordinária realizada a 23 de Julho de 2007.

1º Ciclo Plano de estudos:

Curso: História da Arte

Grau: Licenciatura

Área científica predominante: Belas-Artes

1º Ano | 1º Semestre
1º Ano | 2º Semestre
Estética Teoria da Obra de Arte
Métodos de investigação em História da Arte Análise da Obra de Arte
Paleografia e Diplomática Introdução à Museologia
Iconografia Arqueologia urbana
Informática para a História da Arte (1) Urbanismo
Opção condicionada Opção transversal
2º ano | 1º Semestre 2º ano | 2º Semestre
Arte da Antiguidade Clássica Arte do Renascimento
Arte da Alta Idade Média Arte do Barroco e Rococó
Arte Islâmica Arte Contemporânea
Arte Românica e Gótica Arte do Pós-Guerra
História da Antiguidade Clássica ou História da Idade Moderna História da Idade Média ou História da Época Contemporânea
Opção condicionada Opção condicionada
3º Ano | 1º Semestre 3º Ano | 2º Semestre
Arte Românica e Gótica em Portugal Arte do Barroco e Rococó em Portugal
Arte Manuelina Arte Contemporânea em Portugal
Arte do Renascimento em Portugal Arte do Pós-guerra em Portugal
Cidade Portuguesa Arte Portuguesa no Mundo
História Medieval de Portugal
História Moderna de Portugal
Opção livre História Contemporânea de Portugal


Lista de Opções e respectiva Área Científica


Arte Retabular (HA)
Azulejaria (HA)
Arqueologia da Paisagem (ARQ)
Introdução à Arqueologia (ARQ)
Numismática Antiga (ARQ)
Pré-História Geral (ARQ)
Origens do Homem e das Sociedades Complexas (ARQ)
História da Fotografia (EA)
Música Ocidental I (EA)
Música Ocidental II (EA)
História do Teatro e do Espectáculo I (EA)
História do Teatro e do Espectáculo II (EA)
Introdução aos Novos Média (EA)
Política e Programação Culturais (EA)
Codicologia (H.)
Introdução à Sigilografia (H.)
Fontes escritas dos séculos XI a XV (H.)
Fontes escritas dos séculos XVI a XIX (H.)
História da Cidade de Coimbra I (H.)
História da Cidade de Coimbra II (H.)
História da Universidade de Coimbra I (H.)
História da Universidade de Coimbra II (H.)

Área Científica:

H.A. - História da Arte
ARQ. - Arqueologia
E.A. - Estudos Artísticos
H. - História

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Dalila Rodrigues

Para assinar a carta aberta de Apoio a Dalila Rodrigues



http://www.petitiononline.com/Dalila/petition.html



Carta aberta de apoio a Dalila Rodrigues



O Museu Nacional de Arte Antiga, o mais importante Museu público
português, foi dirigido, nos últimos três anos, por Dalila Rodrigues.

Neste período e sob esta direcção, o MNAA viu crescer o seu público,
reforçar a componente mecenática do seu financiamento, foi objecto de
importantes reestruturações no seu circuito, programa e perspectiva
museológica. Posicionou-se, sob a direcção de Dalila Rodrigues como
uma instituição aberta, dinâmica e capaz de responder às necessidades
do seu tempo, cumprindo melhor a sua missão de preservar, divulgar e
educar.



A exoneração da sua Directora pelo Ministério da Cultura só pode,
portanto, ter outras razões que não a sua competência, dedicação e
empenho. Também só pode resultar de uma total desconsideração, por
parte dos responsáveis ministeriais, pelos resultados obtidos pelo
Museu; como se o melhor cumprimento da missão que dá razão de ser ao
MNAA fosse irrelevante.



Quais são, então, as razões para a exoneração de Dalila Rodrigues?



Evidentemente, resultam da posição pública que a Directora tomou em
favor de uma maior autonomia da instituição, quer em termos
administrativos e financeiros como em termos da sua programação

.

Trata-se, tão somente, de seguir o caminho de outras instituições
congéneres, como o Museu do Prado, ou o Museu do Louvre. Ou seja,
trata-se de seguir o caminho que permite uma maior ligação à
comunidade científica, prestar um melhor serviço ao público,
desenvolver um plano educativo e de divulgação mais consistente, ter
flexibilidade e construir laços com parceiros mecenáticos e
institucionais. Enfim, o que hoje devemos esperar de um museu.



A prática dos actuais responsáveis do Ministério da Cultura pauta-se
por outras prioridades: promover a obediência, concentrar a decisão,
controlar ideologicamente as instituições.

No presente caso, com total desrespeito pela competência, pelos
resultados, pelo arrojo. Estamos, assim, confrontados com uma mistura
de autoritarismo e autismo, de populismo e controlo.



Os abaixo-assinados vêm, assim, insurgir-se contra esta forma de
entender a política cultural, reclamando uma visão mais aberta,
dialogante e moderna. Recusamos este centralismo e falta de visão de
futuro.



Exigimos, enfim, que Portugal não desperdice o que tem de mais
importante e raro: a competência, o rigor e a determinação dos
responsáveis certos no lugar certo.

Este era, certamente, o caso de Dalila Rodrigues como Directora do
Museu Nacional de Arte Antiga.



Contamos consigo, muito obrigado.

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

John Cage's 4′33″


"I have nothing to say / and I am saying it / and that is poetry / as I needed it" -- John Cage
John Cage's most famous musical composition is called 4'33".

It consists of the pianist going to the piano, and not hitting any keys for four minutes and thirty-three seconds. (He uses a stopwatch to time this.) In other words, the entire piece consists of silences -- silences of different lengths, they say.

On the one hand, as a musical piece, 4'33" leaves almost no room for the pianist's interpretation: as long as he watches the stopwatch, he can't play it too fast or too slow; he can't hit the wrong keys; he can't play it too loud, or too melodramatically, or too subduedly.

On the other hand, what you hear when you listen to 4'33" is more a matter of chance than with any other piece of music -- nothing of what you hear is anything the composer wrote.


Listen, in a variety of formats...
MIDI
john_cage_4m33s.mid (39 bytes, MIDI)
OGG
433.ogg (8,827 bytes, Ogg Vorbis)
Sun .au
433.au.gz (2,982 bytes -- 3MB unGZ'd, AU)
.wav
433.zip (3,108 bytes -- 3MB unzipped, WAV)




John Cage
«4'33''»

«The first performance of John Cage's 4'33" created a scandal. Written in 1952, it is Cage's most notorious composition, his so-called ‹silent piece›. The piece consists of four minutes and thirty-three seconds in which the performer plays nothing. At the premiere some listeners were unaware that they had heard anything at all. It was first performed by the young pianist David Tudor at Woodstock, New York, on August 29, 1952, for an audience supporting the Benefit Artists Welfare Fund – an audience that supported contemporary art.
Cage said, ‹People began whispering to one another, and some people began to walk out. They didn't laugh -- they were just irritated when they realized nothing was going to happen, and they haven't forgotten it 30 years later: they're still angry.›
To Cage, silence had to be redefined if the concept was to remain viable. He recognized that there was no objective dichotomy between sound and silence, but only between the intent of hearing and that of diverting one's attention to sounds. "The essential meaning of silence is the giving up of intention," he said. 7 This idea marks the most important turning point in his compositional philosophy. He redefined silence as simply the absence of intended sounds, or the turning off of our awareness.»3

(source: Cage conversation with Michael John White (1982), in Kostelanetz 1988, 66, in: Solomon, Larry J.: The Sounds of Silence, in: http://www.azstarnet.com/~solo/4min33se.htm)

A eterna questão...

Piero Manzoni, por PrimaDaObra

http://tapornumporco.blogspot.com/2004/12/piero-manzoni-por-primadaobra.html

Num dia destes andava o núcleo duro do Porco em peregrinação entre as estantes de livros e as estantes de vinhaças duma mercearia do Belmiro, quando um confrade saca de um expositor uma latita de sucedâneo dinamarquês feito de ovas de lampreia. Questionado, o gourmet avança com a palavra “Caviar”. O Xiita, que é rapaz de poucas palavras, mas de fácil sentença, opinou de imediato: “Caviar? Isso? Melhor do que isso cago eu e não sou esturjão!”

Piero Manzoni, um famoso pintor italiano de arte contemporânea dos anos 50 e 60, na senda de Duchamp e do seu famoso urinol, resolveu fazer um manifesto anti-pop-art e um ataque directo ao mercantilismo da arte e das galerias da altura e cavalgou a onda dos limites da arte, do surrealismo e da arte dada e zás, se bem o pensou comó Xiita, melhor o fez.

E vai daí, em 1961 tratou de cagar – merda genuína dele – para 90 latas. 90 latitas de merda italiana, genuína, de artista. O difícil deve ter sido acertar nas latitas que eram pequeninas e aí se revelou a mestria da coisa. Depois do alivio, Manzoni fez selar as latitas, como mandam as regras e os standards da indústria alimentar. Numerou-as, assinou-as e vendeu-as ao peso, sendo a grama de lata de merda vendida ao mesmo preço da grama de oiro na época. As latas além de numeradas e assinadas têm três faces ou inscrições que dizem sucessivamente : “Merda D`Artista”; “Merde D`Artiste” e “Artists Shit”. A autenticidade do produto é garantida pela inscrição: "Merda d’artista, numerata, firmata e conservata al naturale".

Feita a cagada e o embalamento do “caviar”, Manzoni fez uma das suas habituais exposições e lá meteu as latitas de “Merde D`Artiste”. Vendeu tudo como papos-secos. Hoje as latas de Merda do Manzoni são um ícone da arte conceptual, da qual se considera Manzoni um precoce percursor, constituindo tais merdas uma raridade que os coleccionadores e museus se cagam todos para obter.

E aqui chegados não resisto a contar duas histórias das latas que conheço.
A primeira passou-se com o Randers Museum of Art of Danmark em 1994, que para uma exposição e retrospectiva, pediu emprestada uma latita do Manzoni à John Hunov Colection. Pelo meio da exposição a latita começou a verter, merda como é bom de ver, e vai daí, foi tudo para tribunal discutir indemnizações milionárias. O Museu defendeu-se considerando que se tratou da degradação natural da lata. A John Hunov Colection contra-atacou dizendo que o Museu expôs a lata à luz, coisa que não devia ter feito e estava recomendado de não fazer. Enfim mais uma merda para os advogados ganharem dinheiro.

A segunda história catita da latita, passou-se na Tate Gallery de Londres que também tem uma lata de merda do Manzoni. Acontece que a lata começou a verter. Merda, como é evidente. E a Tate ficou sem saber o que fazer. Solda-se a lata? Mete-se a merda que escorre lá pra dentro? ou deixa-se a merda escorrer à vontade até à liquefacção completa da merda e da lata? A intervenção tinha o “pecado” de se estar a alterar a obra de arte. Ao invés “o deixar andar” tinha a chatice de aquilo cheirar mal que se fartava, o que incomodava os visitantes e conspurcava a galeria. Para desempatar os seus próprios experts, a Tate Gallery chamou especialistas de fora que pensaram o malcheiroso assunto. Estes opinaram maioritariamente que não se pode intervir na obra de arte sob pena de a adulterar e de modificar a intenção do artista, altura em que se mata a obra de arte; contudo, para se resolver o problema higieno-sanitário, a latita de merda a escorrer devia ser posta dentro de um cubo de acrílico, transparente, estanque e isolante, onde a obra de arte pudesse seguir o seu percurso natural, longe da mão do homem e longe do nariz também. Brilhante. A Tate acatou e assim fez.

Warholl vendeu a lata de Sopa Campbell`s, mas Manzoni vendeu Latas de Merda e ao preço do oiro. Que é de Artista é, mas será arte?

A eterna questão... a sequela

Será Isto Arte? por El Bosco

http://tapornumporco.blogspot.com/2007/03/ser-isto-arte-por-el-bosco.html

Só com o título já cacei duas ou três bestas apocalípticas, que vêm já por aí a baixo, de foice em punho e aferradas à goela do escriba: cá está o gajo outra vez!, cá está o gajo outra vez!

O assunto já andou por aqui e regressará certamente muitas mais vezes. A velha discussão sobre o que é arte ou não é. Uma discussão conceptualista que atravessará para sempre o porco e os tempos. A polémica já aqui reinou a propósito das “latitas de merda” do Piero Manzoni (primeira foto e vide posta anterior aqui), do roubo da massa do povo pela escuridão do “Branca de Neve” do João César Monteiro (segunda foto) e ao que me lembro do Urinol de Duchamp (terceira foto). Será isto Arte??

Nelson Goodman, no seu livro “Modos de Fazer Mundo” (Edições Asa, 1995(Esgotadíssimo), no original “Ways Of Worldmaking”-1975-1977), tem um capítulo delicioso e fundamental que aborda o assunto de forma quase definitiva.

Segundo o professor de Harvard, a pergunta “O que é arte?”, à qual e ao longo dos tempos inúmeros autores se têm dedicado a tentar responder em ensaios estéticos, esconde uma outra, com a qual se confunde muitas vezes e que é a sua pergunta corolário: “O que é boa arte?”

Goodman não responde a isto, nem vai por aí. Segundo ele a questão é errada. A resposta não reside na definição de “arte” ou de “boa arte”, onde reinará sempre o perigo e a idiotia, mas encontra-se num momento conceptual imediatamente anterior, e que Goodman traduz numa outra pergunta, essa sim fulcral: “Quando É Arte?”

E aí, Goodman responde: “Há arte quando lhe estão associados símbolos.” O que é símbolo e deixa de ser é outro capítulo extenso e denso que não importa trazer aqui. Basicamente é isto: um calhau do jardim, passa a ser arte quando o artista o leva para uma galeria e lhe atribui outra função ao retirá-lo do jardim. Atribui-lhe um significado. O calhau, como o Urinol de Duchamp ou Merda de Manzoni, deixam de ser meros objectos e passam a ser arte, quando adquirem uma simbolização, uma função de arte.

A simbolização, que pode ir e vir, colar-se ou desaparecer de um objecto, é inerente a toda a arte e não há arte sem um significado simbólico associado. Se lá chegamos ou não, se gostamos ou não e sobretudo, se estamos dispostos a pagar por aquilo ou não, essas são outras questões e conceitos.

Mesmo um colosso como A Vista de Delft de Vermeer, quadro que toda a gente reconhece como grande arte (todos não, há um irredutível gaulês aqui no Porco, que acha isso mais do que discutível), pois mesmo o Vermeer, pode deixar de ser arte ao ser-lhe retirada a simbologia. Se a Vista de Delft passar a ser usado para tapar uma janela (alteração de função e símbolo) ele deixa de funcionar com arte para funcionar como vedante.

O anterior símbolo e função de arte passaram a vedante. Deus nos livre. Já as latitas de merda do Manzoni e o urinol do Duchamp deviam deixar a galeria e passar à casa de banho e ao alegre convívio com a mãe sanitas e o pai autoclismo.


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Sim também acho que a subjectividade é mesmo a pedra de toque que transforma as "coisas" em "arte". Significado sim, é definidor; significados é qualificador.

E que tal tentarmos nós uma definição de arte? Não me parece assim tão difícil.

- É um acto de vontade;

- É um exercício de significação;

- Pretende produzir reacções estéticas;

Quanto ao que é boa ou má arte, isso daria pano para mangas... Significados... alguém quer tentar?


Gravatar Artur:
iá tá esclarecido o teu conceito de reacção estética. Isso torna a apreciação da arte subjectiva. Mas há algum mal nisso? Por mim, antes pelo contrário. É a subjectividade que faz da arte uma coisa aliciante. Até vou mais longe que tu: creio que mais que a reacção estética é a capacidade da arte mexer com o universo pessoal de cada um que faz a sua qualidade. Um clássico é clássico porque tem essa capacidade a uma escala incomensurável. Tou~, pois, de acordo contigo. ão vejo a arte como alguns caçadores de borboletas mortas que a encaram como se de ciência se tratasse.
Doomsday


Gravatar Bosco:
Não, em vale a pena reler o goodman. Tu comentas o meu comment como se me tivesses apnhado numa armadilha bem urdida. Ora não é nada disso. estas questões ã são nenhum jogo, nem nenhuma prova cega onde a melhor nota é aferida pelo que escreveram as sumidades. O goodman é uma sumidade, certo. Mas isto não é na base do «quem disser o que e diz é que tá certo». Não sei nem vou ver se o exemplo que dás do vermeer é extraído dele. O que defendo é que, repito, o processo de simbolização de uma obra não se esgota na simples alteração da função da obra. No caso do calhau sim, aí é a mudança de contexto que faz que a pedra ganhe potência simbólica, mas no caso de um quadro do vermeer é diferente. Eu entendo que aí, o simbolismo da obra não reside na mera função que ela ocupa. Aliás, tens até o caso concreto dos painéis de S. Vicente que, segundo julgo saber - há aqui quem saiba disso mais que eu e fará o favor de me corrigir dse não estou certo - que chegaram, p+recisamente a fazer de tapume. Não foi por isso que não se lhes reconheceu o potencial simbólico devido.
Quanto ao exemplo do calhau também não vou reler o goodman por causa disso, mas tenho quase a certeza que não é de lá. Conheço a referência e é de um texto da Carmo d`Orey que cita uma intervenção do Alberto carneiro. Não me consta que o goodman conheça a obra do carneiro, o que é que achas?
Doomsday


Gravatar "lo del progreso en el arte son tonterías archisabidas"
Cortázar, Rayuela
Bronzino


Gravatar É arte quando o gajo que pega no calhau e o põe na galeria tem os amigos certos nos sítios certos.


Gravatar E mais uma coisa (razão pela qual a reacção estética de que falei não é definidora de arte): tal reacção só se verifica se houver uma chave para a descodificação do símbolo que se propõe ser arte.

Então toda a arte é feita para um determinado público. Dito por outras palavras: quem é que determina o estatuto de "símbolo"? É um valor absoluto? Em meu ver essa atribuição é um acto cultural e não estético.

Explica-te melhor my Goodman...


Gravatar Toda a arte visa (ou deve aspirar a) provocar uma reacção estética o que não quer dizer que o consiga e, nesse sentido, não pode ser condição da existência ou não de arte. É claro?

Por reacção estética entendo um sentimento de agrado ou mesmo repulsa ou ainda algo não necessariamente situado num destes extremos. Por outras palavras: emocionar. Indiferença não.

Reafirmo a importância do "porque se faz arte" na definição de arte. Exemplo: quando o Warhol fez uma porrada de caixas "brillo" ao ver que a coisa se vendia que nem pão quente estava a pensar no símbolo ou no carcanhol?


Gravatar Eis a primeira das bestas. Doomsday! Be afraid, be very afraid!

E convém reler bem o post anterior que está linkado, bem como reler o Goodman.

O Goodman fala de facto na alteração de função e retirada da simbologia. Este post agora retocado está feito há muito tempo e li o livro emprestado, mas julgo que o exemplo do "vedante" é directo e ao vivo de lá. e o do calhau ou similar julgo que também. como só tens o livro, relê.

no mais há uma questão onde o Goodman não se mete e que aliás está no post, que é da atribuição da simbologia de arte. a discussão do acto de vontade e fundador do artista. ou seja do gosto. dele e também de quem aprecia. goodman acha isso irrelevante para a qeustão essêncial e é. mas para o vulgar consumidor não é. há sempre a questão do gosto.

há sempre a questão do reconhecimento ou seja a questão do julgamento estéctico. Goodman diz que é inutil e um caminho perigoso. mas todos os nós o fazemos, com mais ou menos força. até porque ao comprar ou consumir arte é precisamente esse julgamento de escolha pessoal que fazemos.

no plano artistico, conceptual e valorativo as latas do manzoni são arte. eu e o resto do pessoal - se se soubesse- comprava-as como investimento, jamais como gosto pessoal para meter na sala.

e mais uma vez não estou a discutir se é arte. é. mas eu não as metia na sala. assim como não vi o branca de neve, etc.

a única coisa que há no post anterior do manzoni que justifique a soberba do Doomsday é a frase final que é obviamente provocatória. como provocatório é o título e o ínicio deste post e este próprio groink. para fazer investir as bestas do apocalipse.

bosco


Gravatar Não tenho presente agora grande texto de Goodman de que falas - mas é só levantar-me e ir ver ali à estante da estéticva, ó bosco, por isso cuidadinho! - mas creio que não se deduz da tese do goodman que se metermos um vermeer a servir de vedante aquilo deixa de ser arte. A capacidade simbólica do quadro não se perdeu por isso. o alcance simbólico não é apenas a alteração da função ou do contexto da «coisa», embora em certos casos (como no exemplo que citas do calhau) isso chegue...

Quanto ao nosso amigo Artur, questão prévia para começarmos o diálogo: podes definir melhor o que etendes por «reacção estética»? Sem isso não sei se concordo ou discordo do que afirmas...

E respondendo à questão que dá título ao post, creio que opróprio post já responde: sim, tudo isso é arte. Note-se ainda que o autor do post, apesar de cascar nas bestas apocalípticas, mostra capacidade de regeneração. Para se perceber o que quero dizer basta ler-se o seupost anterior sobre o mesmo tema e o actual. Os progressos são evidentes. abençoadas bestas apocalípticas que tão bem lhe fazem.
Doomsday


Gravatar toda a obra de arte provoca uma "reacção estética". é neste sentido que falas nisto Artur?

ou antes pretendes que a reacção estética é definidora da obra de arte? ou mesmo da existência de arte?

tu não te desgraces, rapaz...


el bosco


Gravatar Bom tema e boa posta! Eu - e isto é uma opinião - entendo que o símbolo é mera condição necessária à obra de arte. Mas não basta. Não a vejo separada da reacção estética que lhe deve ser associada, por exemplo.

Acrescentaria outra pergunta: "porque se faz arte?" Esta abarca quer as questões simbólicas quer as estéticas. É a pergunta mais séria (e mais embaraçosa) que se pode fazer a um artista, tirando Andy Warhol que responderia "não sei"...

Mandem brasa!

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Época especial de Setembro

Joaquim Carvalho - Quarta, 1 Agosto 2007, 09:02

Recebido do Conselho Pedagógico e divulgado aqui por ser do interesse dos alunos.

" Época Especial de Setembro: Por recomendação do Senado, todas as Faculdades se encontram a organizar uma Época Especial de Exames, especificamente destinada aos alunos em risco de prescrever. Na FLUC, de acordo com os dados solicitados à Secretaria Geral, há um universo de 206 alunos nestas condições. A nossa Secretaria de Assuntos Académicos já os começou a contactar telefonicamente e, quando se verificar que, por esta via, o contacto é impossível, vamos recorrer ao correio tradicional. Por outro lado, o Gabinete de Apoio já elaborou uma faixa com o texto do Aviso que se exibe no hall da Faculdade. Também no Portal da Faculdade, o anúncio é feito, acompanhado pela lista completa dos nomes dos referidos alunos. Quanto à organização desta Época, ficou, então, decidido que a) de 1 a 15 de Agosto, estão abertas as inscrições; b) os Docentes das cadeiras, entretanto indicadas, serão rapidamente informados pela SAA, a partir de 15 de Agosto; c) as provas escritas decorrerão entre 3 e 8 de Setembro; d) as provas orais estarão concluídas a 15 de Setembro."

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